quinta-feira, 19 de julho de 2012

DA LUTA DO POVO VEM A VITÓRIA


Bom lembrar aqui uma frase do cineasta francês Luc Besson, são sempre os pequenos que podem mudar as coisas. A que vem a utilidade dessa frase neste espaço? Vamos dizer que serve para alavancar a luta de quem tem razão, de quem vive com a verdade na palma da mão e na própria consciência, mas não possui grande poder para alcançar de imediato a vitória. Assim, todos os pequenos são necessários para a luta. O povo faz parte desse grupo, pois é nas costas do povo que os poderosos curtem suas ganâncias e seus desejos de opressão.

Há alguns anos foi criada uma separação entre Ocidente e Oriente, na bela cidade de Berlim. Chamava-se Muro de Berlim, cuja edificação cortava quintais de casas, dividia calçadas, atravessava cemitérios e violava túmulos. Sem esquecer que cerceava a liberdade e a soberania humanas. Na noite de 9 de Novembro de 1989, depois de 28 anos de existência, os pequenos se uniram e mostraram o quanto a união faz a força. O muro começou a ser demolido através dos pequenos, jamais através dos poderosos. A queda dessa construção trouxe espaços novos para novas concepções e horizontes. Não só para os habitantes circundantes a ele. O restante do mundo também foi afetado com a sua queda.

Os pequenos grandes homens uniram-se e buscaram reconstruir uma de há muito esquecida identidade livre. A destruição desse muro ganhou dimensão mitológica porque aconteceu pelas mãos do povo. E novamente como disse o cineasta francês Luc Besson: Quem deitou abaixo o Muro foi o povo nas ruas!

Queremos lembrar, aqui e agora: outros muros existem. E são muros contra os quais a raça humana tem de lutar sob outra perspectiva. Perspectiva muito mais dura, por ser menos explícita. Sim, outros muros esperam pelos pequenos grandes lutadores para serem derrubados. Os perfis desses muros ferem a dignidade humana de tal forma que não se tem ideia de onde eles começam. Sabe-se que não têm e muito menos pretendem ter fim. Seus criadores esperam que durem por toda a eternidade humana.

Esses novos muros da vergonha estão sendo erguidos por homens e mulheres, governantes ou não, os quais se vestem como defensores dos pequenos grandes lutadores. Na verdade, esses homens e mulheres, ou são judas, ou são marionetes ou representam chefetes subordinados a alguém maior. Esses novos muros da vergonha vestem a roupa capitalista, fascista, religiosa, fundamentalista e opressora, e seus camelôs vendem um mundo ou mundos carnavalizados de falsas esperanças. Mundos repletos de pão e circo. Principalmente, com a inclusão do medo nas consciências. Medo de pecar contra um deus fantástico, medo de viver em total plenitude e harmonia humanas, medo de morrer e ganhar um inferno só existente devido à invenção dos donos das seitas e das religiões para melhor dominar o homem através de um mito divino.

Sim. Esta é a verdade. Tem de ser criada uma nova e mais profícua historia para a humanidade. Os martelos e as picaretas do povo, dos pequenos grandes homens, têm de estar a postos e sempre bem afiados para derrubar os novos e vergonhosos muros que estão sendo erguidos para limitar a liberdade do homem de pensar por si mesmo, de criar, viver, amar e sentir prazer.

Até quando o muro da homofobia, com seus casos esdrúxulos, será mantido em pé pelos governantes, homens e mulheres, e pelos fundamentalistas religiosos, católicos, protestantes, muçulmanos e outros mais? Até quando os donos do muro da mentira irão extorquir e enganar a população em nome de um deus, com a promessa de um mentiroso lugar no paraíso? Até quando o muro da discriminação irá negar às mulheres salários iguais aos dos homens? Até quando serão discriminados em classes diferenciadas os que têm e os que nada têm? Até quando a doutrina do muro do medo fará os pequenos serem explorados até a medula por aqueles que se dizem seus pastores, padres, protetores, governadores, parlamentares e presidentes?

São esses alguns dos novos muros que estão a dividir a sociedade humana. Mas existem muitos outros. E parodiando o poeta, lutar é preciso. Ainda que tais homens nos prometam Pasárgadas muito mais atraentes numa dimensão além da vida, o ser humano comum deve manter-se armado com suas ideias de humanidade aqui no planeta Terra. Não devemos deixar que novas e cruéis serpentes petrificadas, como era denominado o Muro de Berlim, dominem, com suas farsas, as nossas consciências.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

OS AUDACIOSOS PARASITAS DA FÉ

Os exploradores da ingenuidade humana continuam cada vez mais audaciosos. Escondidos em uma capa de cristandade e nas fachadas de suntuosos templos eles não fazem outra coisa a não ser sugar a vida dos outros com ideias errôneas e tirar proveito financeiro da crendice das pessoas. E enchem a cabeça dessas pessoas com promessas impossíveis de serem cumpridas. Criam leis apenas buscando o lucro monetário. Um exemplo é o de estabelecer nas cartas magnas dos Estados da Federação imunidades tributárias para as religiões que eles criam. Aproveitam-se disso para ganhar a cada dia mais dinheiro à custa da ingenuidade popular, vendendo um paraíso celeste, prometendo cura de doenças, desde que o crente pague um dízimo específico.

São parasitas! São criminosos! São charlatães que de há muito deveriam estar atrás das grades. A atuação deles sempre foi do conhecimento dos governos de nossa terra brasílica. Isso vem ocorrendo há muito tempo. Tornou-se praticamente institucionalizada em nosso país a cobrança de dízimos pelas religiões constituídas a troco de após a morte o fiel ter um lugar contemplativo e maravilhoso junto de um criador que nem sequer dá as caras.

Pastores que se dizem representantes de um deus magnânimo, justo, onisciente e bom, cobram dos fiéis, dinheiro, jóias, carros ou qualquer outra coisa que eles tenham de valor. Caso os fiéis neguem o pedido mandam-nos literalmente para junto de um imaginário cara denominado de satanás, fato que preocupa ainda mais as mentes ingênuas dessas pessoas que não desejam de forma alguma morar depois da morte na casa de enxofre dessa figura. Vale aqui lembrar a frase de Nietzsche
“o homem religioso pensa somente em si mesmo”.

Lamentável que ainda vivamos numa sociedade tão repleta de parasitas. Porém, ainda iremos viver por muito tempo em tal tipo de sociedade, pois a falta de conhecimento, o analfabetismo, a ignorância não serão erradicadas pelos nossos governantes, por serem armas utilizadas por eles para se manter no poder. No momento em que o ser humano angariar algo acima de um quarto de conhecimentos verá que todo esse prometido mundo divino e a mitologia que o envolve é uma grande farsa. Farsa utilizada pelos seus próprios governantes que não abrem mão de ter ao lado tais parasitas e o dinheiro desses parasitas, pois não seria de bom alvitre ir numa eleição contra a massa catequizada por eles.

Já foi divulgado há muito tempo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, tendo como base dados bancários e fiscais, que determinada seita movimenta aproximadamente R$ 1,5 bilhão por ano no Brasil. Essa seita arrecada esse dinheiro dos seus fiéis por meio de dízimos. São milhares de ingênuos espalhados em milhares de cidades brasileiras e frequentadores de 5 mil templos. Esses parasitas da fé entregam até diploma dizimista abençoado pela máxima entidade divina, aos fiéis de sua igreja, o que se torna um fato até certo ponto hilariante se não fosse verdadeiro. E o simples homem que sai de casa em busca de uma graça é malbaratado em sua ingenuidade com o avanço em seu bolso e em suas condições financeiras. Tudo para colocar em elevados altares um deus e sua doutrina. Essa riqueza ou esse dinheiro é depois depositada em paraísos fiscais para, a seguir, retornar ao Brasil em forma de contratos para a aquisição de empresas. Esses parasitas enriquecem utilizando o charlatanismo e muitos dos seus defensores são parlamentares e estão representando diversos Estados brasileiros no Congresso Nacional.

Infelizmente, isso é apenas um reflexo do atraso em que vive o País. Um país que não cobra impostos às religiões nele legalizadas, seitas que inauguram diariamente templos e templos, a torto e a direito para locupletar seus líderes charlatães com o dinheiro do povo. O Brasil não possui governantes ligados aos interesses maiores da nação. Enquanto a segurança pública, a saúde, a educação e demais setores sofrem com a falta de recursos, os parlamentares digladiam entre si no Congresso e nas casas legislativas pelo simples prazer de alcançar o poder pelo poder. Para a massa ingênua só resta ficar ajoelhada em altares e aceitar a máxima:
Essa é a vontade de Deus! Mas, na realidade, se deus ou deuses ou demônios existem, eles riem e zombam da ingenuidade humana.