A dor vestiu a roupa da minha solidão.
Descobri a consciência dos relógios
No silêncio do meu corpo nu.
Contemplando as ausências
De todas as pessoas que amo.
Ao tentar erguer-me da solidão maciça
Entendi o sentido do verbo ausentar:
Conjugando passado, presente e futuro.
Descobri o quanto sei pouco dos outros
Ainda sabendo um tanto de mim
Dormindo na solidão do quarto escuro
Sentindo a persistência dos relógios.
A solidão vestiu-se toda de minha vida.
Estou sendo ignorado como gente
Na epiderme a cantar minha dor suada
Observo as pessoas mais amadas
A se desligar de minhas metáforas.
Olhando as paredes da sala de estar
E todas as ausências de retratos
Passado e presente descobri fúnebres.
Está ficando mais difícil ser e viver
Os relógios marcam minutos e segundos
Construindo para sempre as ausências.
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