sexta-feira, 23 de agosto de 2013

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Aqui
Ponho meus traços
Meu lirismo de aprendiz
Meus anseios detalhados
Buscando novos abraços
E coisas que nunca fiz
Trago os versos desatados
Em meneios de quadris
De uma bela morena
Com olhos tão infantis
Toda de alma serena.

Aqui
Retrato a ternura
Do ser da terra do mangue
Versículos descontrolados
Na fuga da amargura
Viagem do meu velho sangue
À terra dos naufragados
E de um poema exangue
Ao corpo da linda mulher
Na espera que se estanque
A dor que não mais se quer

Aqui
Nem sei donde venho
Para onde vou eu não sei
Levo a vida tatuada
Às estranhas que as tenho
Na terra onde enterrei
O verso da desvairada
Escrito como um desenho
(Outro tanto eu arruinei)
Não sei mais se obtenho
O sonho! E eu o procurei!

Aqui
Declino o ultimato
Abrindo de vez os braços
Deglutindo esse veneno
Antes do último ato
Sei tanto desses espaços
Quanto me sei de pequeno
Vão só se apagar as luzes
Eu findarei mais sereno
Pois sei o quanto seduzes
Com esse teu amor pequeno.

Aqui ponho
Aqui fico
Aqui sonho...
.......................
© Copyright by Rafael Rocha - Recife, 23 de agosto de 2013

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