quarta-feira, 3 de junho de 2009

HOMO PRIMITIVUS


“Se encerrarmos a verdade, enterrando-a no solo, ela crescerá, e adquirirá tal poder explosivo, que no dia em que explodir arrastará tudo à sua passagem”. Emile Zola
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Não há como deixar de observar na evolução do Universo que existe certo equilíbrio entre as diversas dimensões que o compõem. Incluindo nisso a evolução que ocorre no planeta Terra, a qual se manifesta através de grandes e demorados processos. A natureza terrestre, através de suas manifestações físicas, apresenta ao homem processos com muitos e especiais graus matemáticos, físicos, biológicos e químicos, os quais vêm de priscas eras geológicas. Dentro desse procedimento, o animal homem continua a evoluir, ainda que sua evolução ataque e atinja erradamente os processos expansionais do planeta.

O universo não para de se expandir. Essa é a verdade única. Mas o homem prende-se à idéia de que a criação e a evolução de sua espécie são responsabilidades de um deus. É nesse ponto que as maravilhas apresentadas pela natureza aos olhos humanos são esquecidas como parte e reino naturais para serem admiradas como obra de um criador, o qual muito excêntrico me parece, pois ninguém sabe quem ele é, como é, e o que pretende daqui para a frente.

Isso é de se lamentar. Numa época onde a ciência devia estar tão evoluída que o homem pudesse fugir dos conceitos fantasiosos de deus, santos, diabos e trindades divinas, cada vez mais a raça regride e se entrega, comodamente, às superstições milenares. Fica fácil, dessa maneira, aceitar as incertezas e as crueldades e até mesmo as tragédias. Na sua ignorância tribal o homem diz que se um avião caiu no mar e todos seus ocupantes morreram, foi porque tal deus assim o quis e nada podemos fazer contra o poder de tal deus. Ou, ainda, se existe fome no mundo é uma provação para que o homem aceite o filho de tal deus como a divindade verdadeira e única e acredite que após a morte não mais haverá fome, nem guerras, nem desastres aéreos. Acredite, morra e salve-se.

O que significa mesmo tal pensamento? Primitivismo, claro! Nenhum deus que seja criador pode se dar ao luxo de destruir sua própria criação apenas para ser aceito por ela. Mas a mentalidade humana, insuflada pelos poderes da religião, não aceita a verdade cruel de que um deus desse tipo é que é a fatalidade mesma da crença. Portanto, o homem deixa de construir um mundo com uma dimensão de qualidade humanitária, porque existe um deus para ele acreditar. E deixa de construir um mundo onde todos possam viver, progredir e realizar tudo que desejar, porque um deus não aceita essa forma de ser e de viver libertos dele. Assim, o homem abandona suas prerrogativas de transformar para melhor o mundo que o cerca para não magoar seu deus, que nada mais é do que sua própria fantasia interior de vida eterna.

E dedica-se a destruir tudo que a natureza cria e recria por acreditar que tal deus é dono dessa criação, esquecendo que a natureza evolui de segundo em segundo, de minuto em minuto, de hora em hora, e que tal criador é a maior das falácias inventadas pelo próprio ser humano para usurpar a idéia de expansão das dimensões universais, que há mais de bilhões de anos vem acontecendo em todo o infinito tanto dentro e fora do planeta Terra, do sistema solar e dos milhares de galáxias.