segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EU MENINO


domingo, 28 de outubro de 2012

PRAZER

Amar a vida e o prazer é meu eterno vício.
É no calor desse sentir onde nasce o drama
Da busca de melhor gozo faço meu ofício
Trazer uma vida e um corpo para a minha cama

Com a pele de ninfa onde louco eu amarro
A sensibilidade poética de quem ama
Beijando a boca como quem fuma um cigarro
Sugando o ventre para aumentar a chama

Paixão acesa! A ninfa geme em doideira
E incorpora em si as explosões do prazer
Geme e pede mais e mais outro desvario.

Pronta a despencar feito uma cachoeira
Oferta a boca e entrega o ventre e vai viver
Nas forças das correntezas de meu rio.
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@copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 26/10/2012

BOÊMIO

Fala na mesa do bar o copo mais vazio
Num estridular sonoro como se a sofrer
A dor permeia na cabeça tanto desvario
Buscando intimamente desvendar o saber

O que se passa na história deste ser
Agora enchendo o copo em um gesto frio?
Olhando em volta como se tentando ver
A bacante de sua vida no meio do estio?

E a noite passa e a bebida se incorpora
Dentro do sangue e a sua alma chora
Feitos criados nas alfombras da incerteza.

E as garrafas se esvaziam de hora em hora
E ao nascer o primeiro brilho da aurora
Escreve versos em transtornos de tristeza.
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@copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 26/10/2012

TATUAGEM

Amigo, saiba como tenho plasmado
Sonetos fracos sob a luz da lua
Tentando dissertar o meu passado
De caminheiro pela estrada nua

Na solidão do verso condensado
A ser sozinho no asfalto desta rua
Amigo: veja o eu tão fracassado
Pondo o sonho na rima que tatua

A esperança de viver uma melodia
Onde a paixão se encaixe prazerosa
Sem tiritar dentro da noite fria.

Mas, amigo, a tristeza é poderosa
Traz a dor e transfere a alegria
À solidão mais febril e criminosa.
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@ copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 26/10/2012 

INSÔNIA


No dentro da madrugada o eu aceso
Encontra formas errantes e sombrias
Sentindo-se totalmente indefeso
Pede o vir do sono das horas tardias.

E nessa petição vai carregando o peso
Das lembranças de muitos outros dias
Repercutindo em si mesmo o desprezo
Do insone reclamar nas noites frias.

Repete seu clamor à noite traiçoeira
Mendigo ressentido chamando pelo sono
Como se a noite ainda fosse a primeira

D'outras onde viu-se entregue ao abandono
Antes que a flecha de Morfeu mais que certeira
Trouxesse o sonho que nunca teve dono.
….....
@copyright by Rafael Rocha – Recife, 26/10/2012

sábado, 20 de outubro de 2012

ÂNSIA


Bêbado de sonhos e ansiando por quimeras
Envolvo minha pele na pele de teus braços.
Mulher da vida inteira. Plano de uma era.
Amada a meu lado vivendo passo a passo.

Beijo teu corpo e possuo todas as esferas
Da carne onde convivi vitórias e fracassos
E os germes de meus filhos ainda na espera
De clamar futuros em gritos mais devassos.

E lembro quanto fizemos no caminho da vida.
E lembro quanto morremos no viver o triste
Momento da passagem da próxima despedida.

E beijamo-nos ainda com nada mais em riste.
E eu fico buliçoso em tua boca envelhecida
Escrevendo o soneto de quem nunca desiste.
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@copyright Rafael Rocha – Recife, 20/10/2010 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ANIVERSÁRIO

Dia 1 de outubro.
É dia do meu aniversário.
E estou solitário no meio da multidão
Sem ser nada entre esse povo
A caminhar pelas ruas do Recife
Ao pôr do sol.

O que comemorar agora?
Nada! Simplesmente nada?
Ou a certeza de se estar vivo?
O que festejar mesmo hoje?
Um ano a menos de vida?
Bater palmas à contagem regressiva?

Ninguém responde essas questões.
Alguém pede menos pessimismo.
- Sorria! Sorria! Estás vivo!
E o que eu vejo é mais um ano findo
Sem realizar os verdadeiros sonhos.
Um ano a menos com meus amores.

Dia 1 de outubro.
Já se passaram vários outubros.
E quando vejo essa vida tão desarrazoada
E as pessoas idiotizadas
Pergunto:
Para que serve tudo isso?
….............
@Copyright by Rafael Rocha-Recife 1/10/2012