sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANCESTRAIS ALIENÍGENAS

E se a vida na Terra começou no espaço? Milhões de pessoas aceitam a teoria de que formas de vida inteligentes tem visitado a Terra há milhares de anos e eram adorados como deuses pelos homens primitivos. Monumentos como Stonehenge e a Ilha de Páscoa seriam os últimos resquícios de uma antiga civilização alienígena? Baseado no controverso livro Eram Os Deuses Astronautas, de Erich Von Daniken, a teoria dos alienígenas ancestrais tem abalado as crenças no progresso da humanidade.
Desde inexplicáveis super estruturas, conhecimento do sistema solar, matemática avançadíssima, desenhos antigos de criaturas estranhas nas cavernas, restos de pistas de pouso no Peru e textos indígenas que descrevem máquinas voadoras dos deuses, até a capacidade dos antigos em produzir eletricidade, entre outros, são citados por Von Daniken como prova de que astronautas eram bem conhecidos dos nossos antepassados, e que a humanidade não evoluiu em isolamento, mas com ajuda de viajantes de outros mundos. Produzido com a colaboração E PARTICIPAÇÃO exclusiva do próprio Von Daniken, Ancient Aliens busca explorar evidências da influência de super humanos sobre o homem e faz novas expedições, embarcando em uma busca ao redor do mundo para buscar e avaliar essas provas e tentar obter respostas, concentrando-se nas descobertas dos últimos 30 anos, incluindo a até então inexistente análise de DNA e recentes descobertas e decodificações de artefatos antigos encontrados no Egito, na Síria e Iraque (antiga Suméria), que podem conter a chave de muitas destas respostas. Como todo bom documentário, em especial os do History Channel. Ancient Aliens (Ancestrais Alienígenas) não impõe, apenas sugere, e chama o espectador ao raciocínio, oferecendo, para isso, argumentos sólidos, prós e contras o tema abordado, para que cada um forme sua própria opinião.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

MORAL RELIGIOSA CRIADA ATRAVÉS DO MEDO


“O juízo moral tem em comum com o religioso o crer em realidades que não existem”. Assim Nietzsche desnuda o enquadramento que se pretende dar aos seres humanos no ideal cristão. De acordo com ele o que se “exige do filósofo é que se coloque além do bem e do mal, que ponha sob si a ilusão do juízo moral”. Os homens com a vontade insana de se purificar dos pecados resolveram seguir a moral criada pelos representantes da divindade (sacerdotes, padres, bispos, clérigos, pastores). Criada por tais pessoas, tal moral, diz Nietzsche, é, aparentemente, uma autoridade superior à qual se obedece, não porque ordene o que é melhor, mas simplesmente porque ordena, e não obedecer a tal autoridade torna-se algo imoral.

Assim é criado o medo. Através do medo frente a tal “inteligência superior” que ordena, tem-se que seguir a lei dessa moral. Isso também tem ligação direta com o medo de um poder incompreensível e impreciso de qualquer coisa que ultrapassa o individual humano. Medo repleto de superstição. Sim, porque foi através do temor a um deus, temor esse espalhado pelos sacerdotes, que se tentou melhorar o ser humano com o que denominaram de moral. Mas, camaradas, o que podemos dissertar aqui sobre a moral no âmbito nietzschiano?

Basta que tentemos a simplicidade na leitura em “O Crepúsculo dos Ídolos”. Está lá na página 69: “A domesticação do animal humano e a criação de uma espécie determinada de homens são um melhoramento e essas noções zoológicas as únicas que expressam realidades, porém, realidades que o melhorador típico, o sacerdote, ignora e não deseja saber nada a respeito. Chamar melhoramento à domesticação de um animal soa aos nossos ouvidos quase como uma brincadeira, Contudo, duvido muito que o animal acabou melhorando. É debilitado, é feito menos perigoso; com um sentimento deprimente do medo, com a dor e as feridas faz-se dele um animal enfermo. O mesmo sucede ao homem domesticado, a quem o sacerdote tornou melhor”.

Para o filósofo, a moral cristã é repleta de malefícios. E tais malefícios foram incutidos nos seres humanos. Tal tipo de moral enjaulou o humano e ao domesticá-lo o transformou em algo doente, estabelecendo nele valores niilistas porque uma parte de sua natureza foi negada para ceder espaço e lugar a uma natureza, mutilada, oposta ao racionalismo. Onde, pergunta Nietzsche, se encontra o humano no homem cristão quando nega sua sexualidade, quando nega seu corpo, quando nega seu amor como o encontro com o outro, quando nega sua paixão também no encontro com o outro, que pode ser até mesmo sexual? Simplesmente seria mais fácil dizer que não tem validade alguma ser cristão se para ser isso temos de viver ameaçados com uma punição terrível por nos comportarmos mal na presença de um deus.

Ora, no raciocínio que propõe o filósofo, o erro da moral está em crer que seus princípios são absolutos e ideais. A moral, como instituição, serviu para retirar o homem do estado de natureza, legalizar a vida em sociedade, perpetuar os costumes e dirigir as sociedades pelas gerações como sua cultura, mas cultura falsa porque foi construída por outros homens e jamais por uma divindade. Assim, tal moral “imortalizou a prática religiosa na vida cotidiana, impôs a noção de culpa ao homem que a transgredisse e determinou as relações comerciais e afetivas através dos castigos”(...)

Nietzsche propõe assim a transvaloração dos valores, o que é o mesmo que a abolição da moral cristã, fato determinante para abolir a principal base dessa moral que é a religião que domina o Ocidente há mais de dois mil anos: o cristianismo. Friedrich Nietzsche não pregava uma revolução como Karl Marx. O que podemos perceber e perceberemos na leitura e releitura de seus escritos, é que cada um que o ler se conscientize acerca dos seus argumentos e que perceba que ser cristão é entregar sua vida para uma fantasia ou para a vontade da moral dos padres, bispos, pastores etc.
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Textos consultados:
NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. São Paulo, Martin Claret, 2000
…................., Crepúsculo dos Ídolos, Ediouro, 1999.
…................., A Genealogia da Moral. In: Os Pensadores. V. XXXII. Ed. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

A EUROPA FALIDA E A ASCENSÃO ECONÔMICA DA CHINA

 A Velha Europa está falida! Sim! Falida! Com raras exceções, onde podemos incluir a rica e poderosa Alemanha, todos os governos do continente europeu estão às voltas com déficits explosivos e dívidas impossíveis de serem pagas. Tais dívidas são consequência das medidas tomadas por esses governos de intervirem para socorrer bancos europeus em crise.
Os líderes da Zona do Euro após reunião em Cannes, no dia 27 de outubro de 2011, decidiram cortar pela metade o valor da impagável dívida grega.  Enquanto isso, Nicolas Sarkozy, presidente da França, telefonou ao chefe de Estado chinês, Hu Jintao, pedindo socorro urgente. Tal pedido foi devidamente reforçado nos dias subsequentes pelo alemão Klaus Regling, chefe do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), que viajou a Pequim com o pires na mão.
De acordo com as últimas tomadas de posições na Europa, a China parece estar nadando em dinheiro. As reservas chinesas, que no final de setembro deste ano subiram a US$ 3,2 trilhões, constituem, atualmente, um invejável excedente econômico. Ou seja, uma poupança externa que em maior ou menor medida, seguindo os desejos dos líderes da EU, pode ser usada para atenuar a crise da dívida europeia. A falida Europa põe olhos grande no ouro de Pequim. 
Tal pedido de esmola dos “pobres” europeus despertou paixões nacionalistas na França e ainda causou constrangimento em diversos políticos conservadores do Velho Continente. No entanto, a grande necessidade de dinheiro solapou orgulhos patrióticos e falou mais alto.  Este é um fato extraordinário e emblemático no que tange às mudanças objetivas em curso na economia mundial. O poder econômico desloca-se do Ocidente para o Oriente. Sai das mãos das potências capitalistas lideradas pelos ianques para a China Comunista. Por que aconteceu isso? Simples! Tudo é decorrente de duas leis básicas que o capitalismo reproduz imperialmente: o desenvolvimento desigual das nações e o parasitismo econômico do Primeiro Mundo. O que surpreende, porém, é a rapidez da mudança. 
A China cresceu ao ritmo médio de 10% ao ano nas três últimas décadas, e hoje, seu poder econômico está ligado ao superávit obtido no comércio exterior, principalmente no intercâmbio com os EUA, e aos investimentos externos realizados pelas transnacionais na economia chinesa, atraídas pelo crescimento e a perspectiva de maximização dos lucros. Enquanto isso, as potências capitalistas avançaram, no mesmo período entre 2 a 3% ao ano, em meio a diversas crises. O interessante é saber que os recursos financeiros em poder do governo chinês, dirigido pelo Partido Comunista existem na forma de investimentos externos, principalmente em títulos. 
Tais recursos não estão entesourados. Os EUA são o principal destino dessas aplicações. Portanto, Pequim é o maior credor da Casa Branca, com mais de US$ 1 trilhão em títulos públicos do Tesouro estadunidense. Não se pode também esquecer a Europa, que também possui alta dívida com Pequim. Mais de US$ 500 bilhões foram investidos pelos chineses no Velho Continente. Atualmente, os europeus ainda esperam ampliar mais essa participação. A Europa é o maior mercado para os produtos chineses, absorvendo um quinto das suas vendas. A seguir vem os EUA, com 18%. Portanto, hoje, a China é a maior exportadora mundial.
A atual conjuntura anárquica da crise européia serviu de aprendizado para os chineses. Ela mostrou os riscos embutidos nos investimentos em títulos, mas eles estavam atentos, pois aprenderam através de Karl Marx, que computava esses investimentos como capital fictício, cujo valor pode se depreciar, como ocorre com os ativos em dólar, ou mesmo derreter. Exatamente por esse motivo, os chineses preferiram investir suas reservas em ativos reais, através de investimentos diretos, adquirindo empresas (como acaba de ocorrer com a Swedish Automobile NV – Swan –, proprietária da Saab) ou instalando novas unidades produtivas.
Hoje, as reservas da China são um poderoso instrumento que projeta seu poder econômico pelo mundo inteiro. Definindo em termos amplos, a força da riqueza nasce do trabalho do povo chinês e se reproduz principalmente na indústria, disseminada no comércio exterior. Isso transformou a China numa potência financeira, revolucionando a geografia econômica e política. Estamos vendo, portanto, uma nova ordem econômica em ascensão.

BOÊMIO (Do meu livro MARCOS DO TEMPO)

No meio da noite o desejo me alimenta:
Mesa de bar, rum, cigarros e cerveja.
A intensidade do anseio só aumenta
E faz o corpo poetar isso que almeja.

Tomar uns goles a olhar ninfas noturnas!

E na fumaça do cigarro ver segredos
Esfumando-se nas solidões soturnas
Dos hipócritas e dos homens tredos.

Copo vazio! Chamo o garçom: - Amigo!

Mais uma dose a minha noite necessita
Antes que o sol possa encerrar esta ilusão.

Bêbado e etéreo renasce meu castigo

Ser puro e casto como esta noite grita:
Amante louco da vida e da paixão!

TEMPOS IDOS

Deixando em sal as minhas águas da península
Tristeza do ter sido mundo em tempo exilado.
Como dando sabor às lagrimas do desterro
O meu outrora da vida ter-me desajustado.

A dor fluiu! E os dias ficaram inúteis e vazios.

Tal presença de glória tanto eu ousei sonhar
Cabelos brancos a emoldurar o belo crânio
A caminho de Caronte essas geleiras vão passar.

Lembro a voz na mesa: Eu não te reconheço!

Preso o pranto enregelou-se em pedra a dor
Marcante dor a invadir a espécie de mim.
Lembro a voz sorrindo a desprezar o amor.

Paixão interrompida. Dá-se e tira. Tudo a se acabar.

Mundo que expira. Vai-se para outros mares a flor.
Tal os versos mais infantes a sonhar desditas.
“Fonte não me leves, não me leves para o mar”.

Eis no tempo a fonte fria. Sorriso zombador.

A matar o esplendor maior daquela triste lira.
Antes de ser jogado ao mar o corpo frágil
Salvaram-no as areias e o perfume da ilha.

Braços amplos acolheram o poeta incendiado.

Deram-se mãos à paixão na jovem pressa da vida.
O amor fluiu venoso em novo corpo recriado
E renasceu na glória da ilusão imperecida.

Cabelos brancos emolduram o belo crânio.

Tais espessas geleiras no caminho de Caronte.
E a voz repete na vida: Não mais te conheço!
Não sei quem és! Nem imagino de qual lugar de onde...