terça-feira, 30 de agosto de 2011

TEMPO DE SER

Se a dor de ir nos causa amargura
E devasta o interior de nosso estar
Ainda temos de acatar essa loucura:
O barco de Caronte a nos chamar.

Tendo da morte a certeza definida
Como deter essa tremenda crueldade?
Como fazer um poema à partida
Se a própria vida vai trazer saudade?

Basta ocultar-se na ilusão de ser imortal
Pois no tempo onde pomos pés na terra
Nada de crer na escuridão que ela encerra.

E ser no todo um indivíduo passional
Vivendo célere todo e qualquer instante
Sugando o néctar do prazer inebriante.

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@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 29 de agosto de 2011.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DESORDEIRO

Nunca diga de mim falta de ardência.
Nunca pergunte para mim o que não amo.
Saiba: o meu cantar tem excelência
No tudo verdadeiro que eu proclamo.

Nunca marque em mim as diferenças.
Nunca acentue um verso onde não rimo.
Saiba: por mais que eu não tenha crenças
Sou verdadeiro em tudo que exprimo.

Diga de mim o mais amplo movimento:
Paixão de poeta e amor constante
No espaço dos versos ontem e agora.

Diga de mim aquele louco sentimento:
No beijo, no coito e em ser bastante
Desordeiro da paixão que me devora.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

POEMA EM ÂNSIA

Verde oceano aos barcos abrindo alas às travessias
Minhas asas voejam sobre ti no sonho mais indomado
Ganhando espaço nas alfombras dos teus velhos dias
De onde em voo liberto nasce o verso do desesperado
Na pretensão de morrer no ar buscando vento seguro
A deslizar em belos seios de auroras e sóis fulgurantes
A fundir o corpo alado ao corpo da mulher onde juro
Viver eterno e pronto a cantar os poemas delirantes.
Verde oceano deixa o pássaro voejar na imensidade
Deixa o voo maduro doar o verso da sua inconstância
Até que o limiar da vida feche o ciclo da sua eternidade
E faça os humanos pensarem sobre a mais crua ressonância
Do lirismo da liberdade rubra na cor dessa perenidade
Que outra não é que a essência do poema posto em ânsia.


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@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 11 de agosto de 2011.