Como se vindos do nada meus pensamentos voaram sobre o Recife nas noites de solidão e de farra. Trouxeram lembranças de velhos amigos, cheiros de mangues, luzes amarrotadas das avenidas, olhares de mulheres e crianças tristes, e o grito de guerra do meu Sport. O Recife se fez gente. Trouxe até mim as mulheres, amigos de bebedeira, poesia e tudo que pudesse apaziguar a mente que não se cansa de pensar. Assim nasceu a palavra vinda de minha rocha.
domingo, 16 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
HUMANISMO NÃO É RELIGIÃO
Humanismo na esfera religiosa e política? Isso
é alguma piada? A ação dos humanistas reais e dos livres pensadores não se
inspira em teorias fantasiosas sobre um deus, sua natureza, sobre a sociedade
religiosa ou a história dessa sociedade. Os humanistas
reais - como o nome indica - são empiristas. Não são espirituais.
São geralmente associados a cientistas e acadêmicos, embora a filosofia não se
limite a esses grupos. Eles se preocupam com a ética e afirmam a dignidade do
ser humano, recusando explicações transcendentais e preferindo o racionalismo.
São ateus e agnósticos.
O humanismo
se solidifica quando engloba as necessidades da vida humana, na defesa dos
direitos humanos, no afastamento da dor e no aproximar o prazer. Mas a vida
humana também se agrega às necessidades de sua previsão do futuro, baseando-se
na experiência passada e na intenção de melhorar a situação atual.
Muitos
espaços da internet, revistas e jornais falam das ligações de igrejas,
governos, partidos políticos seitas e religiões variadas com o chamado “humanismo
cristão”. Conversa pra boi dormir! Isso não tem nada a ver com a questão do
humanismo real, pois a intenção das igrejas, dos partidos políticos e das
seitas e seus assemelhados no mundo inteiro é a de angariar adeptos e mais
adeptos para explorar suas consciências e manter seu poder de coerção e mando
sobre o homem, ao lado do poder estatal.
A experiência
do humanismo não é simples produto de seleções ou acumulações naturais e
fisiológicas, como acontece em todas as espécies, mas experiência social e
pessoal lançadas para superar a dor atual e para evitá-la no futuro. O trabalho
e a luta dos humanistas reais são acumulados em produções sociais, passam e se
transformam de geração em geração, em contínua luta para melhorar as condições
naturais, mesmo as do próprio corpo. Por isso, devemos definir o ser humano
como histórico e com um modo de ação social capaz de transformar o mundo e sua
própria natureza.
Cada vez que
um indivíduo ou um grupo humano se impõe violentamente a outros, consegue deter
o caminho histórico, convertendo suas vítimas em objetos naturais. Então, ao
negar a liberdade e as intenções aos outros, converte esses outros em objetos
de uso. É isso que a religião faz! É isso que as seitas evangélicas fazem! É
isso que a igreja dos católicos também faz! É isso que o islamismo faz! É isso
que os governos fazem! É isso que os partidos políticos fazem! Querem tornar o
homem objeto para usufruto próprio.
O progresso
da humanidade, ainda que em lenta ascensão, necessita transformar a natureza e
a sociedade, eliminando a violenta apropriação animal de alguns seres humanos
por outros. Quando isso acontecer, passaremos da pré-história para uma plena
história humana. Entretanto, não se pode partir de outro valor central que o do
ser humano pleno em suas realizações e em sua liberdade.
Por tal motivo, os humanistas reais proclamam a máxima
do humanismo universalista através de seu fundador, o português Mário Rodrigues
Luís Cobos: "Nada acima do ser
humano e nenhum ser humano abaixo de outro". Se for colocado como
valor central um deus, um Estado, o dinheiro ou qualquer outra entidade, o ser
humano torna-se subordinado, criando condições para seu controle ou sacrifício.
Os humanistas reais e universalistas têm claro este ponto. Eles nunca irão
fundamentar suas visões do mundo e ações no mundo explorando o homem em
benefício próprio. Para eles, o ser humano e suas necessidades imediatas são o
objetivo.
O humanismo real e universalista tem como um dos
principais valores o de ser internacionalista. Sua aspiração é a de uma nação
humana universal, habitando um mundo múltiplo em etnias, línguas e costumes;
múltiplo nas crenças, no ateísmo e na religiosidade, completamente laico. O
humanismo universal não aceita dirigentes nem chefes e muito menos deseja
sentir-se representante de algo divino, inclusive seguir as regras dos ditos
representantes do “divino”. Um dos seus principais valores é a filosofia da
não-violência ativa como forma de atuar no mundo.
Na luta por um mundo melhor os humanistas verdadeiros
- e não os “humanistas chapados pela
droga das crenças, pelos governos e pelos políticos” - acreditam numa
intenção que move a História em direção progressiva. Apenas isso. E esse
acreditar faz com que eles fiquem a serviço do ser humano, enfatizando o
problema básico: saber como se quer viver e decidir em quais condições viver.
Portanto, todas as formas de violência física,
política, governamental, econômica, racial, religiosa, sexual e ideológica, que
desconsideram o progresso humano, e as travas conhecidas como religiões
organizadas, partidos políticos e seitas que pululam como macacos-pregos pelo
mundo buscando explorar o homem causam repugnância aos livres pensadores e verdadeiros
humanistas.
Assinar:
Postagens (Atom)