terça-feira, 21 de setembro de 2010

POEMA DE OUTUBRO

O sol dardejava raios quentes no início da tarde...
Eis nascendo meu primeiro dia no seio de Gaia.
Um homem recitou um poema incomum.
Uma mulher cantou uma ária de paixão.
O menino estranho chorou na luz.
O sol dardejava raios quentes no início da tarde...

E pensar como tive de caminhar sobre pedras
E assumir chacotas várias por ser o que sou.
Por ter escutado uns versos ao nascer.
Bem como uma sensível ária de paixão
Chorando ser algo dentro da luz.
O sol dardejava raios quentes no início da tarde...

Era outubro. Era o primeiro dia de outubro.
Outros outubro passaram, passaram, passaram...
No seio de Gaia e no corpo dela inteiro
Caminhei e escrevi e sonhei e amei e chorei.
Muitas vezes adormeci ao calor do sol
Tentando escutar os cantos do meu eu nascente.

Na esteira do tempo muitos outubros
Lembraram meu nome no primeiro dia.
Fiz bodas de papel e de ouro e de prata
Comigo e com as paixões todas de mim.
O oceano deu-me as ondas para os sonhos.
Os rios da terra as correntezas para navegar.

Hoje talvez existam poucos e quase nada de outubros
Ainda que os dias sejam solares e quentes
O poeta irá escutar o verso da partida
E a ária da paixão e ver o fim da luz.
Meu poema de outubro me traduz aqui...
O sol dardejava raios quentes no início da tarde...


@ Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 21 de setembro de 2010

Nenhum comentário: