Transparente como água os últimos acontecimentos do Oriente Médio. Não há necessidade de ficarmos estupefatos. O monstro do imperialismo continua a agir. Os media faltam com a verdade. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas atua como era de se esperar, com a defesa máxima do império ianque e de seus apaniguados. Ao aprovar a criação de uma zona de exclusão aérea e medidas outras de força, a ONU mostra sua verdadeira cara. Ela apóia o ataque dos imperialistas para derrotar a revolução dos povos árabes. Simplesmente isso!
Jamais, em tempo algum, a ONU foi um exemplo de organismo neutro. Jamais, em tempo algum, a ONU defendeu os direitos humanos no mundo. A ONU, na realidade, representa os interesses imperialistas dos ianques e da Europa. Para mexer com as nossas lembranças não custa nada que recordemos as intervenções ocorridas no Afeganistão, no Iraque, no Haiti, na Iugoslávia etc.
A bola da vez agora é a Líbia. Exatamente quando a revolução popular dos povos árabes entra em erupção, os imperialistas ianques e europeus entram em ação para enterrá-la de uma vez por todas. Tudo com a desculpa de que o povo líbio deve ser protegido do massacre que o ditador Muammar Khadafi pretende realizar. Tudo mentira. Sim, mentira, porque Khadafi era até há pouco tempo aliado do imperialismo, bem como outros ditadores do mundo árabe. Que tal incluir nesse compêndio os da Arábia Saudita, Bahrein ou Emirados Árabes Unidos, sem esquecer os recentemente derrubados Mubarak, do Egito, e Ben Ali, da Tunísia?
O interesse do imperialismo na Líbia não é difícil de descobrir. Ora, a Líbia é somente o terceiro maior produtor de petróleo da África, dirão os especialistas em História. Mas eles esquecem que a Líbia possui as maiores reservas do continente em matéria de petróleo. Assinalemos: 44,3 bilhões de barris. A Líbia é um país com potencial para dar enormes lucros às gigantescas companhias petrolíferas. É assim que os imperialistas encaram este país. É o petróleo que está por trás da apregoada preocupação com os direitos democráticos do povo líbio.
Os barões do petróleo - ligado aos ianques - não pretendem obter concessões de Khadafi. Isso é pouco para eles. Eles querem apenas e apenas e apenas um governo sob a dominação total deles. O baronato do petróleo jamais esqueceu que Khadafi derrubou a monarquia e nacionalizou o petróleo líbio. Vale lembrar, também, a reflexão do camarada Fidel, quando salientou em sua coluna “Reflexões” o apetite do imperialismo por petróleo e advertiu que os ianques estavam a lançar as bases para a intervenção militar na Líbia.
A revolução árabe é uma coisa. A intervenção imperialista é outra. Antes da data de hoje os métodos policiais utilizados pelos regimes ditatoriais do Oriente Médio, entre os quais o chefiado por Khadafi, nunca despertaram qualquer reparo por parte dos governos imperialistas. Pelo contrário, eram úteis no sentido de defenderem os seus interesses na região. Esta é a mesma lógica que permite ao imperialismo ianque apoiar o estado fascista de Israel, inclusive o bombardeamento de Gaza em 2009, quando morreram centenas de civis.
Os humanistas e os progressistas têm simpatia com a revolução árabe. Todos desejam que os povos árabes alcancem suas liberdades e enterrem para sempre as ditaduras em que viveram, junto com seus títeres. Mas rejeitam a intervenção imperialista, seja qual for a forma que ela assuma. A intervenção imperialista na Líbia é inaceitável. O povo da Líbia e o povo árabe é quem deve decidir seus futuros.
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