quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PARTIDA

Ao tempo do ato corpóreo do amor
Andarei como um mendigo
Solicitando a todo vão momento
A dádiva que teu corpo liquefez

Em água e ar e ventos frios
Obrigando-me a criar velhos paradoxos
Direi o sonho em velada forma maliciosa
Ao passeio triste do teu último sorriso.

Velho molusco adormecerei nas areias
Das praias mais ermas do planeta
À luz da lua mais amarela que triste
Ao entardecer mais noite que luz.

E serei irônico como um fâmulo
Ou palhaço sem circo:
Olhando a solidão do meu amor
Dentro de meus gestos de mendigo.

E como velho credor do iniludível
Sobre o fio esticado da esperança:
Equilibrado sobre o ato desse amor
Abrirei meus braços. Partirei!

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@ Copyright Rafael Rocha Neto – 1986

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