Ao tempo do ato corpóreo do amor
Andarei como um mendigo
Solicitando a todo vão momento
A dádiva que teu corpo liquefez
Em água e ar e ventos frios
Obrigando-me a criar velhos paradoxos
Direi o sonho em velada forma maliciosa
Ao passeio triste do teu último sorriso.
Velho molusco adormecerei nas areias
Das praias mais ermas do planeta
À luz da lua mais amarela que triste
Ao entardecer mais noite que luz.
E serei irônico como um fâmulo
Ou palhaço sem circo:
Olhando a solidão do meu amor
Dentro de meus gestos de mendigo.
E como velho credor do iniludível
Sobre o fio esticado da esperança:
Equilibrado sobre o ato desse amor
Abrirei meus braços. Partirei!
..........................
@ Copyright Rafael Rocha Neto – 1986
Nenhum comentário:
Postar um comentário