domingo, 1 de junho de 2008

CAFÉ LAFAYETTE E ESTAÇÃO CENTRAL

Nos anos 20 do século 20, o café mais famoso do Recife era o Café Continental. Mais conhecido como Esquina da Lafayette, por se localizar vizinho à charutaria e loja de cigarros da fábrica Lafayette, na Rua 1º de Março, o Continental era um dos canais de organização e locais de convivência preferidos dos moços e senhores da cidade. Território quase exclusivamente masculino, o Lafayette tinha como clientes, intelectuais, políticos, comerciantes, funcionários públicos, profissionais liberais, estudantes, que se reuniam para debater as últimas tendências da arte e da literatura, discutir política, fechar negócios, contar piadas, escrever versos, ou apenas boatar e comentar a vida alheia. Além da elite recifense, a Esquina do Lafayette tinha também um outro público cativo. Eram engraxates, gazeteiros, agiotas, vendedores de loteria, ambulantes que comercializavam os mais diversos tipos de mercadorias e por lá ganhavam a vida, além dos 5 passadores do jogo do bicho, uma vez que os resultados da poule do dia eram sempre anunciados ali bem em frente, na Rua 1º de Março.

Fonte: Associação Nacional de História – ANPUH XXIV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA. “A sedução da noite nos cafés do Recife dos anos 1920: entre prazeres e transgressões” - Sylvia Costa Couceiro - Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco/MEC – Recife

Em meados do século XIX (1850-1856) foi construída a estação inicial da Rede Ferroviária do Nordeste - RF - e ela foi chamada de Estação Central. Esta construção fica à esquerda do rio Capibaribe e defronte da atual Casa da Cultura (antiga Casa de Detenção), na rua Floriano Peixoto, situada no bairro de São José, no Recife. A Estação Central, posteriormente, teve como objetivo servir à Estrada de Ferro Central de Pernambuco, tendo sido inaugurada no ano de 1888. Foi arrendada à Great Western of Brazil Railway Company, de Alagoas até o Rio Grande do Norte. Cabe ressaltar que a Great Western administrava as ferrovias brasileiras desde o princípio do século XIX. Partindo da Estação Central, as pessoas podiam chegar em diversos pontos do Nordeste do Brasil, tais como o sertão do Cariri, no Ceará; Campina Grande, na Paraíba; as caatingas do Pajeú, em Pernambuco; ou as margens do rio São Francisco, em Alagoas.
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco

Um comentário:

marco pollo disse...

Sr. Rocha, é com grande prazer que faço parte do seu blog, pois o mesmo mostra o Recife romântico e belo. Suas histórias,causos(!) e locais que foi palco de acontecimentos dessa cidade! Fora que é um ponto de grande informação e cultura. No momento escrevo um conto que se passa no Recifa na década de 30, onde também procuro pesquisar a vida dos anos 30, pois pra mim é muito difícil de se obter .Desejo sucesso sempre e muita saúde Sr. Rocha ! E viva o nosso sport também !!!