domingo, 1 de agosto de 2010

SINA DA SOLIDÃO

Vou jogar fora meus poemas. Não mais os quero.
Pretendo agora relegar todos ao esquecimento.

Rasgarei em mil pedaços e jogá-los-ei ao vento.

Disse tanto de mim em palavras e em estrofes.
Cansei de escrever! Moro em imensas catástrofes.

Como pensar versos sem sentir o desespero?

Escrevi versos como quem cantasse a vida
Mais obscura e toda inserida dentro em mim
Escrevi versos como em busca de guarida
A nunca ser planta ou flor de outro jardim
Pois sendo versos meus fosse essa desdita
Magoada pelos nãos e atenuada pelo sim
De quem não sabe o quanto a sina é maldita
De viver na solidão e amargar um triste fim.


© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010

Nenhum comentário: