Vou jogar fora meus poemas. Não mais os quero.
Pretendo agora relegar todos ao esquecimento.
Rasgarei em mil pedaços e jogá-los-ei ao vento.
Disse tanto de mim em palavras e em estrofes.
Cansei de escrever! Moro em imensas catástrofes.
Como pensar versos sem sentir o desespero?
Escrevi versos como quem cantasse a vida
Mais obscura e toda inserida dentro em mim
Escrevi versos como em busca de guarida
A nunca ser planta ou flor de outro jardim
Pois sendo versos meus fosse essa desdita
Magoada pelos nãos e atenuada pelo sim
De quem não sabe o quanto a sina é maldita
De viver na solidão e amargar um triste fim.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010
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