segunda-feira, 29 de novembro de 2010

NOTURNO DE TREVAS

Nas conversas de dias para noites
Com o outro espaço aéreo de mim
As alucinações chegam pouco a pouco
Trazendo versos ásperos e loucos
Viajando em dramas e saudades
A escutar o som vazio do silêncio.

As madrugadas fazem de mim um tempo
Repleto do vácuo próprio de um nada
As tristezas se abatem sobre a vida
Com discussões infinitas do ser e não ser
Caminhando nas veredas desconhecidas
Preparando-se para mergulhar no abismo.

O que fazer? O que tentar reconstruir?
As vidas passageiras do meu tempo
Deixaram de estar. Nada mais são.
Agora simplesmente esboços de vazios.
Nem sei se ainda têm ossos inteiros
Nas sepulturas onde as carnes sumiram.

Nos pesadelos das noites para os dias
O medo de partir domina todo o sono
Estremeço como se já estivesse frio
E tento buscar a solução do imortal.
Fica difícil acreditar no voo final da ave.
Fica difícil aceitar preparação a este voo.

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