O amor de hoje dança em outros palcos.
Todas as platéias ficam desapontadas.
Ele desenha sólidos geométricos
trazendo inúmeros resíduos subjetivos
dentro de mil corpos andróginos.
E o ser da memória
simiesca ao que nos resta de humanos
fica a vagar nas periferias da vida
observando os abraços dos outros corpos
observando beijos que se consomem
na longa viagem ao país de Eros.
Vai daí que o amor em um só ato
não ousa compreender que é amor...
Nas danças ele faz da carne o precipício
e uma estrutura não muito bem fundada
para fuzilar as intenções do sonho.
Os corpos dançam como libélulas
e o sangue penetra em crescimento
nos desvarios dos milhões de células.
Em todos os atos desse amor
terminam os iludidos
dançando uma partitura
sem regente e sem autor.
...............................................................
@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 30 de janeiro de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário