A noite bate em minha porta.
Encho de vinho o copo.
Tenho essa solidão melíflua
A bater nos meus minutos.
Sinto-me rejeitado.
Resta meu eu interior
A viver abertamente
E a sonhar por mim.
Esta madrugada é de chuva.
Dentro de mim a tempestade
Traz relâmpagos coloridos
E densidades de torturas.
Na casa toda vive o silêncio
E nem sinto ao trajeto dessa dor.
Irmanada no homem rejeitado
Por ser apenas ele mesmo.
Temo a chegada da manhã.
Todas as caras farão caretas.
Como se eu fosse um bufão
Ou simplesmente um pária.
Resta sair com minha vida
E sentar à mesa de um bar.
Se o amigo não aparecer
Conversarei comigo.
Até chegar a nova noite
Serei o único a aceitar
Quem sou e quem vivo
Livre e aberto no mundo.
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@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 21 de abril de 2011.
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