terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O POETA OBSERVADOR DENTRO DA NOITE

Uma noite...
E em nossa solidão de homens
As cabeças rodando
Quantas coisas para se pensar?
Nenhum tédio, meu amigo!
Uma cerveja!
Outras cervejas!
Mais e mais e mais!
Nem precisamos de bares!
No sentimento de nossa solidão
Existem os postos de gasolina
Onde se vendem as bebidas de outra geração.

Ora, meu amigo!
O sangue a correr nas nossas veias
Está repleto do álcool da vida
Desse mais puro combustível
Tanto e mais amplificado
E em nossas cabeças
Quando tentamos preenchê-las
Com as poesias...
Com as mulheres dos momentos...
Discussões políticas
E apolíticas
... Restam ideias.
Novas e velhas ideias.
A construir e reconstruir
E
Quando cai e quebra-se uma garrafa
Cheia
Parte-se uma íntima solidão.

(DE CADA UM DE NÓS DOIS)

Noite...
Ah, noite!
Todas as noites, meu amigo, são iguais.
E diferentes também.
São gêmeas duplas ou trigêmeas
Ou quadrigêmeas
Ou quíntuplas.
E sempre devemos preenchê-las com a cerveja.
Com algum álcool simples ou difuso
E...
Não diga que não sabe!
Nós sabemos
O quanto nos faz falta
Uma boceta
Uma boca de mulher
Uns peitinhos pedindo beijos
E mordiscações.

Todas as noites, meu amigo, são eras do ontem
A pretender juntar os cacos de algum instante
Vazio, sem bebida e sem alimentos
De sonhos
E nós, vivos, sempre devemos ter a vontade
De escrever versos loucos
E habitar com os semáforos
Dentro de um táxi
No caminho de casa

E, meu amigo, você sabe:

(SEMPRE VOU SOZINHO!)

Nada custa, meu amigo de cada noite,
Sentir-se ligado às cervejas das madrugadas
E fazê-las como chuva e como água
Em nosso caminho filosófico
Ainda que tenhamos de despencar no abismo
De nossas loucuras
Ao saber: viver é um nada
O interessante é sentir
E observar a vida.
Preparando o morrer.

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