Camaradas:
Ainda que muita gente desacredite, estamos vendo hoje o
renascimento da doutrina fascista. Quem tem olhos e sente a realidade
começa a temer as novas atitudes encaminhadas às ruas por grupos
setoriais bem governados por gente que adora viver no anonimato. O
ambiente volta a ganhar contornos de sombra.
O escritor José Saramago, quando vivo, alertou para o fato de
que o fascismo estava crescendo na Europa. Ele disse que nos próximos
anos deste século XXI o fascismo "atacará com força" e que "temos de nos preparar para enfrentar o ódio e a sede de vingança que os fascistas estão alimentando". Salientou que a Grande Mídia será o pivô dentro dessa política internacional.
Aqui mesmo no Brasil, a Grande Mídia não coopera defendendo
os interesses do povo. Apenas reproduz automaticamente o que é ditado
por fora. Defende os interesses da burguesia. Mostra os vândalos
destruindo o patrimônio. Mostra os baderneiros ameaçando gente inocente.
Mostra a polícia em ação de forma inconveniente. Enfim, faz a população
sentir medo de ir às ruas e lutar pela verdade e não pela mentira.
Fora a essência de terror criada pela Grande Mídia podemos
assinalar também o comentário do escritor Gilberto Maringoni, quando
disse que “a história dos meios de comunicação de massas na América Latina é a história do acúmulo de capital”.
Portanto, isso torna bastante natural e verossímil as críticas
midiáticas contra governantes que não foram forjados por ela, como é o
caso de Evo Morales, Rafael Correa, Dilma Rousseff, Cristina Kirchner,
Maduro, Lula etc. É o fascismo dominando, e aqueles que se empenham na
luta contra o fascismo têm de abrir o quanto antes os olhos. Controlando
a mídia, os fascistas anulam a voz da oposição e fazem com que esta
passe a ser mal vista. Eles colocam o impulso das massas em adoração ao
líder ou líderes, e nada pode questioná-los.
Já os fundamentalistas religiosos representados por crentes,
católicos e afins, possuem comprometedoras coincidências com relação ao
modo de pensar fascista. Três pilares específicos alicerçam a ideologia
deles: 1) a posse de uma verdade suprema, à qual todos devem se submeter, mesmo os descrentes nesta suposta verdade; 2) a iminência de um destino messiânico e glorioso para os escolhidos; 3) e o grande inimigo onipresente. A ideologia totalitária do nazismo de Hitler era alicerçada sob esses mesmos pilares.
Vejamos o quanto é gêmea a lógica existente nos atos dos
fiéis fundamentalistas e dos fascistas. Ambos os lados dividem a
humanidade entre eleitos e excluídos; invocam o inferno como destino dos excluídos; e chamam a isto de justiça.
Tanto fascistas como fiéis fundamentalistas se unem uns a outros quando
definem a única justificativa necessária para condenar alguém ao fogo,
seja o do crematório, seja o que nunca se apaga: NÃO COMPARTILHAR DA MESMA OPINIÃO DELES.
Sabemos que o homem livre é senhor do próprio destino. O
homem livre e dono de si mesmo é um perigo para fundamentalistas e
fascistas. Para estes só o Estado salva e para aqueles não há esperança
fora de uma lenda denominada Jesus. Para ambas as doutrinas, o destino
do homem livre é a perdição. Transmutam o ideal de liberdade bem como o
de justiça quando pregam aos quatro cantos do mundo que só obedecendo
cegamente a seu deus invisível ou aos seus líderes, o homem ganhará sua
condição de livre.
Esmagando a individualidade, esmagando o ideal do homem livre
e senhor de si mesmo e transformando o destino do homem sob a ideia
preconcebida de um mito, o fascismo e o fundamentalismo religioso buscam
derrotar a grandeza humana. É contra tal tipo de ação que nos
posicionamos. A grandeza do homem é muito maior do que a grandeza de
qualquer mito religioso.
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