quinta-feira, 8 de agosto de 2013

ASAS LIBERTAS


As aves do caminho de agora são negras
Tais como o silêncio espacial ao redor
Onde o último ser humano adormeceu
Na esperança insone da incapacidade de amar.

Homem: De joelhos elevou a voz ao céu
Bradou ao deus esperado no seu tempo
E nada caiu do céu desse deus: apenas o nada
Tornou-se real no caminho da sua visão

E o homem:

Bastou perguntar o que era o nada visto
Para descobrir o tudo dentro de si mesmo
E viver e recomeçar em cada paisagem
Como pó de areia incriado no espaço.

E as aves do caminho
Melhores que os homens
Voam e voam e voam
Asas libertas do nada.
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© Copyright by Rafael Rocha - Recife, 13 de junho de 2013

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