Como se vindos do nada meus pensamentos voaram sobre o Recife nas noites de solidão e de farra. Trouxeram lembranças de velhos amigos, cheiros de mangues, luzes amarrotadas das avenidas, olhares de mulheres e crianças tristes, e o grito de guerra do meu Sport. O Recife se fez gente. Trouxe até mim as mulheres, amigos de bebedeira, poesia e tudo que pudesse apaziguar a mente que não se cansa de pensar. Assim nasceu a palavra vinda de minha rocha.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
MULHER
Linda para iluminar ruas escuras.
Pele suave ao contato das mãos.
Mulher vinda da argila do Adão
A refletir calmarias e loucuras.
Mulher, simplesmente mulher, a ti é dada
A lenda do homem do qual foste nascida
Sempre e sempre seja o porto e a subida
Para o gozo do futuro sempre amada.
Desejada mulher que sejas bela
Um poeta meu amigo um dia disse
Beleza é fundamental, mas esse dom
Também habita dentro de teu ser.
Mulher que abriga a paixão mais louca
Mulher que faz da noite o primeiro dia
Beleza pura o beijo em tua boca
O teu corpo seja sempre uma alegria.
Aqui está a vadiar no meu poema
A mulher de meu corpo conhecida
Desconhecidas aqui também são temas
Das paixões curtas e enlouquecidas.
Mulher chegando a desfibrar anseios
Olhos abertos. Inteiramente nua.
Quero sugar o leite de teus seios
Lamber o mel dessa buceta tua.
Mulher que faz a noite sempre um dia
No salgado sabor de seus suores
Corpos sejam reais e fantasias
Arte da terra e tesão dos homens.
Que seja, tu, mulher, sempre o destino
Resplandecendo nas mulheres múltiplas.
(Do meu livro MARCOS DO TEMPO)
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