sábado, 15 de maio de 2010

FÉ RELIGIOSA NÃO É CONHECIMENTO

O crescer dos pensamentos científico e filosófico está colocando para escanteio, aos poucos, os partidários da ignorância dogmática, camaradas. A sociedade pós-moderna está sendo transformada de forma gradativa, é claro, mas a compreensão de mundo desta sociedade está mudando. Apesar da guerra do poder religioso contra o poder cientifico, essa mudança é notória. As conquistas da ciência, a formação do pensamento crítico e a renovação das gerações começam a aniquilar todos os paradigmas baseados em princípios dogmáticos. Viver apenas pela fé, hoje, é simplesmente falta de formação crítica ou desinteresse em conhecer.

Em tempos muito pouco distantes o poder religioso não media esforços para afastar as pessoas do refletir filosófico. Ainda hoje, esse poder luta acirradamente para manter as pessoas na ignorância. Ainda hoje, muitas religiões consideram como de fundamental importância que a sociedade não tenha consciência própria. O poder religioso sabe que a universalização do conhecimento de forma crítica, irá dificultar a propagação da religiosidade entre os povos. Fé e conhecimento não podem ocupar o mesmo espaço. O saber qualitativamente produzido só pode acontecer na razão inversamente proporcional às crenças nas fantasias religiosas e sobrenaturais.

Camaradas, atualmente o mundo vive e se interpenetra em grandiosos avanços tecnológicos e novas descobertas científicas. A informatização faz com que os países fiquem a cada dia mais próximos uns de outros, fato que facilita as pesquisas e a troca de comunicação entre as pessoas. Tudo acontece rapidamente. Uma nova Revolução está batendo em nossas portas com a grande globalização do mundo com relação à informação.

O grande filósofo Friedrich Nietzsche estava certo quando dizia que “a fé não remove montanhas, mas coloca montanhas onde elas não existem”. Portanto, no limiar deste milênio, os mistérios estão sendo revelados cientificamente ao homem. Claro que as perguntas - Quem sou? De onde vim? Para onde vou depois de morrer? - irão ser respondidas através do conhecimento cientifico, mas já é lícito responder a elas de forma simples. O homem é um produto do meio ambiente. Não foi criado nem planejado por nenhum deus. Nasceu do acaso e evoluiu. Não vai para lugar algum (inferno ou paraíso) depois de morto. Simplesmente voltará a ser o que sempre foi. Reunir-se-á aos átomos circunscritos ao planeta Terra.

Camaradas, na enciclopédia da fé não existem respostas convincentes para as indagações humanas. Tudo porque fé religiosa não é conhecimento científico. E muito menos fé religiosa pode se irmanar com a filosofia, como estão a tentar fazer os medrosos deste mundo, os quais, por desejarem a vida eterna, buscam escrever uma chamada filosofia da fé. Thomas de Aquino já tentou fazer isso e terminou deturpando a filosofia aristotélica. Mentiu para idealizar a vida eterna. Sim, porque ditos filósofos da religião sempre deturparam a verdade.

Queremos deixar bem claro, camaradas, que o poder religioso nunca simpatizou com a filosofia. A filosofia é uma pedra no caminho da crença do mundo mágico criacionista. Isso nos leva a lembrar do filósofo Platão e sua academia e até da audácia de Giordano Bruno. Na época negra de quando o poder religioso mandava e desmandava, todo material produzido por uma reflexão crítica era apreendido e queimado. Por que isso, camaradas? Simples: tal material podia despertar as pessoas e retirá-las da inocência. Então, eis algumas inquirições: por que a tal verdade pregada pelos religiosos não pode ser questionada? Eles têm medo que a verdade deles possa ser uma mentira? E se essa verdade for realmente verdadeira, sendo o posicionamento crítico uma busca do conhecimento real, essa tal verdade não sairia mais fortalecida se estivesse aberta à discussão?

Camaradas, descobrimos coisas estranhas e esquisitas no centro do poder religioso de hoje. Seus poderosos colocam a fé como argumento principal, o que significa dizer aos homens e mulheres deste mundo: não discutam, respeitem a religião dos outros. Mas, camaradas, nós conceituamos isso como submissão. É o mesmo que querer submeter pessoas a atitudes passivas e a fazê-las aceitar somente o que está sendo verbalizado, falado e apresentado. Respeitar é sinônimo de calar, camaradas? Não será por acaso medo de escutar o que o outro tem a falar? Se a fé tem algum fundamento, porque é que tentam protegê-la tanto da razão? Se ela não é um castelo de areia, por que o poder religioso não a expõe às procelas e às críticas da reflexão científica?

Simples, camaradas. Fé religiosa não é conhecimento. Todo e qualquer poder religioso só divulga fantasias, seja em livros, revistas, emissoras de televisão, filmes etc. Inculcar o medo é a fórmula maior para a existência de seus deuses, santos, santas e mártires. Medo de morrer e perder uma pretensa vida eterna. Medo de viver a vida com intensidade pensando que está a pecar. Medo de enfrentar uma realidade que não é a realidade escrita nos livros religiosos. Medo, principalmente, do inexistente deus perante o qual se ajoelha e que, por não existir, simplesmente não pode interagir junto aos seus fiéis.

Nenhum comentário: