Como se vindos do nada meus pensamentos voaram sobre o Recife nas noites de solidão e de farra. Trouxeram lembranças de velhos amigos, cheiros de mangues, luzes amarrotadas das avenidas, olhares de mulheres e crianças tristes, e o grito de guerra do meu Sport. O Recife se fez gente. Trouxe até mim as mulheres, amigos de bebedeira, poesia e tudo que pudesse apaziguar a mente que não se cansa de pensar. Assim nasceu a palavra vinda de minha rocha.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
ESTAÇÕES DO AMOR
Hoje ao ver-te nua pousada em minha cama
Toco de leve em tua pele e faço andanças vãs
Rolas para o lado, mas tua carne quente chama
A volúpia do meu sangue soltar os velhos cães.
Não resistes e ao abrir teus anseios e precipícios
Fazes meu corpo mergulhar em total loucura
E nas umidades de todos os teus suaves orifícios
Nosso prazer seminal cria um marco de ternura
Do dia-a-dia cansativo assassino da quimera
Dardejada desde os tempos do primeiro beijo
Quando o amor ainda era sonho de primavera
Ainda mantém-se em riste no friorento inverno
Com a nostalgia dos verões repletos de desejos
E ao outono da vida é o mais novo subalterno
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 16 de julho de 2010
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