Como se vindos do nada meus pensamentos voaram sobre o Recife nas noites de solidão e de farra. Trouxeram lembranças de velhos amigos, cheiros de mangues, luzes amarrotadas das avenidas, olhares de mulheres e crianças tristes, e o grito de guerra do meu Sport. O Recife se fez gente. Trouxe até mim as mulheres, amigos de bebedeira, poesia e tudo que pudesse apaziguar a mente que não se cansa de pensar. Assim nasceu a palavra vinda de minha rocha.
domingo, 11 de julho de 2010
FÊMEA MUNDANA
A amada do meu tempo mundano está desnuda
Exercendo seu pendor feminil sobre meu corpo.
Perfume de pele envolve meu olfato.
Ela é soberana.
Diz: Eu te amo!
Como sendo abelha e eu sendo flor.
Ela ataca meus nervos puxando o fio de minha vida
Tal e qual a Vênus a prometer mil dádivas.
Serpente ela desliza por sobre meu corpo.
Ela é imperatriz.
Diz: Eu te quero!
Como sendo sede e eu sendo a água.
A amada de mim não busca ver meu coração.
Ela caminha nua sobre todos os meus poros.
Pela umidade dos beijos ela faz território.
Ela é rainha.
Diz: Eu amo assim!
Como sendo chuva e eu sendo terra.
Ela acelera meus nervos para a força da paixão.
E traz rezas de gênese e fim aos meus ouvidos.
Rouba do meu corpo sêmen e sangue.
Ela é mulher.
Diz: Eu sou tua!
Como sendo luz e eu a escuridão.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 11 de julho de 2010.
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