Minha carne é sentimento de amor e viajante
A rimar o verso com o prazer mais delirante
De teu corpo, minha amada, tão macio.
E ao abrir a carne para aceitar meu instante
Dentro de ti desliza o teor de meu guante
E pleno de viço nada a vida por teu rio.
Assim completo a paixão mais contingente
Neste continente onde a morte é território.
Na vida passageira e quase como um demente
Dentro da mente meu futuro é mais inglório.
Em ti fiquei. Ficaste em mim. Assim ficamos
E latejamos no sangue o ritual da dor
Advinda da paixão em que nos declaramos
E nunca esgotamos na fronteira do amor
@ Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 30 de agosto de 2010
Como se vindos do nada meus pensamentos voaram sobre o Recife nas noites de solidão e de farra. Trouxeram lembranças de velhos amigos, cheiros de mangues, luzes amarrotadas das avenidas, olhares de mulheres e crianças tristes, e o grito de guerra do meu Sport. O Recife se fez gente. Trouxe até mim as mulheres, amigos de bebedeira, poesia e tudo que pudesse apaziguar a mente que não se cansa de pensar. Assim nasceu a palavra vinda de minha rocha.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
SONETO A UMA DEUSA TERRENA
Mistérios tens! Venham tais mistérios
Neste caminho onde as letras se enlaçam
És agora a deusa onde estes versos sérios
Com teus olhos e teus sonhos se abraçam.
Tua majestade de tal porte feminil
Envolve a noite d’onde vem a adoração
De meu pensar ainda vivo e não senil
Seja a beleza maior em céu de anil
Deusa onde eu possa sentir a emoção
E a canção escrever em versos mil.
Mistérios teus. Que eles se alimentem
No conhecer o espaço da humanidade
Ainda que um dia sonhos arrebentem
E só possa nos restar uma saudade!
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 16 de agosto de 2010
Neste caminho onde as letras se enlaçam
És agora a deusa onde estes versos sérios
Com teus olhos e teus sonhos se abraçam.
Tua majestade de tal porte feminil
Envolve a noite d’onde vem a adoração
De meu pensar ainda vivo e não senil
Seja a beleza maior em céu de anil
Deusa onde eu possa sentir a emoção
E a canção escrever em versos mil.
Mistérios teus. Que eles se alimentem
No conhecer o espaço da humanidade
Ainda que um dia sonhos arrebentem
E só possa nos restar uma saudade!
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 16 de agosto de 2010
RESSACA
Eu dos primores da vida não desvirtuo
Uma canção a lembrar dias passados
Sejam doridos momentos onde atuo
Ator maldito dos meus fardos pesados
Onde pude delirar em ermos caminhos
Morrer de amor e versejar meus fados
Nos olhos negros onde fiz meus ninhos
Para morrer em estímulos desvairados.
Sento-me à mesa do bar! Estou cansado!
Garçom, amigo meu, traz uma cerveja
Para desopilar meu peito irado.
E ao bebê-la a dor maldita gargareja
Ao mundo e no me deixar desesperado
Regurgita o verso onde não mais eu veja.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 16 de agosto de 2010
Uma canção a lembrar dias passados
Sejam doridos momentos onde atuo
Ator maldito dos meus fardos pesados
Onde pude delirar em ermos caminhos
Morrer de amor e versejar meus fados
Nos olhos negros onde fiz meus ninhos
Para morrer em estímulos desvairados.
Sento-me à mesa do bar! Estou cansado!
Garçom, amigo meu, traz uma cerveja
Para desopilar meu peito irado.
E ao bebê-la a dor maldita gargareja
Ao mundo e no me deixar desesperado
Regurgita o verso onde não mais eu veja.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 16 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
VOTO OBRIGATÓRIO OU NÃO? EIS A QUESTÃO
Estamos em ano eleitoral. Isso nós sabemos. E a propaganda da grande mídia diz: votar é exercer a cidadania. Agora, observemos: se o cidadão deixa de votar ou não deseja votar também é um direito dele como cidadão. Por fim, as perguntas que não querem calar: o cidadão deve ser obrigado por lei a participar do jogo político? Deve ser obrigado a votar ainda que não queira? O interessante nisso tudo é que fazer algo por obrigação nem sempre é benéfico. Sabemos muito bem que quem faz alguma coisa só por obrigação, fará de má vontade e sem muito interesse.
Ora, o voto obrigatório, na realidade, ofende os princípios democráticos. Se numa democracia somos livres para escolher o que desejamos fazer ou não, podemos também nos abster de participar desse processo. Devemos ter em mente que a autonomia do indivíduo deve ser respeitada, preservada. Uma coisa é dever cívico. Outra é direito cívico. Não misturemos as bolas. Ainda mais se o eleitor faz do ato de votar algo sem interesse, ele estará mais propenso a deixar de valorizar o voto e a abrir seu balcão comercial para vendê-lo em troca de favores.
Essas coisas tais de obrigações como as de ir às urnas e de prestar serviço militar apenas trazem à tona o que conhecemos como despotismo ditatorial. Se tais obrigações são germinadas nos jardins da democracia têm como adubo maior o espírito coercitivo dos governos linhas duras.
Lembro aqui para vocês que não é minha intenção radicalizar pregando a não-obrigatoriedade do voto. Muito pelo contrário, temos é de aceitar a não-obrigatoriedade como uma opção pessoal. E uma opção bastante válida. Ora, se o cidadão, hoje, não aceita a ideia de voto útil; se o cidadão, hoje, anula seu próprio voto; se o cidadão, hoje, vota em branco, por que esse cidadão não pode se abster de votar e por que votar tem de ser obrigatório?
Isso são coisas mesmas das instituições brasileiras e dos nossos políticos, os quais preferem esse tipo de falácia institucional para ter uma ideia ilusória de que o povo brasileiro está atuando e legitimando os seus processos. E, também, meus amigos, para nossos políticos, a não-obrigatoriedade do voto é algo assustador, muito mais por ser um poderoso instrumento de ação popular. Porque se uma esmagadora maioria da população deixar de ir às urnas, os nossos políticos e legisladores ficarão constrangidos e seus vínculos sociais estariam rompidos.
A não-obrigatoriedade de votar faz medo aos nossos políticos, pois, sendo o voto facultativo, as elites partidárias que mandam e desmandam na terra brasileira começariam a entrar em processo de desmonte. Infelizmente, o cidadão eleitor, preso a essa linha institucional de voto obrigatório fica obrigado a fazer tudo que jamais pretendeu na realidade. Em primeiro lugar é obrigado a seguir a linha do marketing político pela TV ou nas ruas, vendo o candidato ou candidatos beijando criancinhas e comendo nas lanchonetes e quiosques. A seguir, é obrigado a engolir as promessas que jamais serão cumpridas pelos discursos vindos de bocas sorridentes. E, por fim, ele é obrigado a ir às urnas escolher o “menos pior”.
Amigos,seria ótimo que esse círculo vicioso fosse derrubado em algum momento ou em algum tempo. Seria maravilhoso que o voto livre, que a não-obrigatoriedade de votar abrissem portas novas para a criação de consensos novos. Para isso precisamos lutar por uma reforma política dentro dessas nossas premissas libertárias, ou seja: votar se desejarmos ou quando desejarmos. Assim, poderemos ter certeza de que os políticos irão nos tratar com mais respeito.
Ora, o voto obrigatório, na realidade, ofende os princípios democráticos. Se numa democracia somos livres para escolher o que desejamos fazer ou não, podemos também nos abster de participar desse processo. Devemos ter em mente que a autonomia do indivíduo deve ser respeitada, preservada. Uma coisa é dever cívico. Outra é direito cívico. Não misturemos as bolas. Ainda mais se o eleitor faz do ato de votar algo sem interesse, ele estará mais propenso a deixar de valorizar o voto e a abrir seu balcão comercial para vendê-lo em troca de favores.
Essas coisas tais de obrigações como as de ir às urnas e de prestar serviço militar apenas trazem à tona o que conhecemos como despotismo ditatorial. Se tais obrigações são germinadas nos jardins da democracia têm como adubo maior o espírito coercitivo dos governos linhas duras.
Lembro aqui para vocês que não é minha intenção radicalizar pregando a não-obrigatoriedade do voto. Muito pelo contrário, temos é de aceitar a não-obrigatoriedade como uma opção pessoal. E uma opção bastante válida. Ora, se o cidadão, hoje, não aceita a ideia de voto útil; se o cidadão, hoje, anula seu próprio voto; se o cidadão, hoje, vota em branco, por que esse cidadão não pode se abster de votar e por que votar tem de ser obrigatório?
Isso são coisas mesmas das instituições brasileiras e dos nossos políticos, os quais preferem esse tipo de falácia institucional para ter uma ideia ilusória de que o povo brasileiro está atuando e legitimando os seus processos. E, também, meus amigos, para nossos políticos, a não-obrigatoriedade do voto é algo assustador, muito mais por ser um poderoso instrumento de ação popular. Porque se uma esmagadora maioria da população deixar de ir às urnas, os nossos políticos e legisladores ficarão constrangidos e seus vínculos sociais estariam rompidos.
A não-obrigatoriedade de votar faz medo aos nossos políticos, pois, sendo o voto facultativo, as elites partidárias que mandam e desmandam na terra brasileira começariam a entrar em processo de desmonte. Infelizmente, o cidadão eleitor, preso a essa linha institucional de voto obrigatório fica obrigado a fazer tudo que jamais pretendeu na realidade. Em primeiro lugar é obrigado a seguir a linha do marketing político pela TV ou nas ruas, vendo o candidato ou candidatos beijando criancinhas e comendo nas lanchonetes e quiosques. A seguir, é obrigado a engolir as promessas que jamais serão cumpridas pelos discursos vindos de bocas sorridentes. E, por fim, ele é obrigado a ir às urnas escolher o “menos pior”.
Amigos,seria ótimo que esse círculo vicioso fosse derrubado em algum momento ou em algum tempo. Seria maravilhoso que o voto livre, que a não-obrigatoriedade de votar abrissem portas novas para a criação de consensos novos. Para isso precisamos lutar por uma reforma política dentro dessas nossas premissas libertárias, ou seja: votar se desejarmos ou quando desejarmos. Assim, poderemos ter certeza de que os políticos irão nos tratar com mais respeito.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
VOO DO SONHADOR
Ah, se pudesse voar..
Jogar fora os meus erros de ontem...
Nem sei se teria tempo de viver
Pensando em corrigir minha vida
Mutilar o que fiz...
Destruir o que passei...
Romper com o que foi meu...
Ah se pudesse voar...
Reconstruir o presente do ontem
Daria as mãos ao meu pai
E faria da vida a esperança
Deixada de ser dada à sua vida.
Ah se pudesse voar...
Corrigir os acertos dos antanhos
Não teria tempo de viver o hoje
Estaria morto por corrigir o mundo.
Revisar o que fiz
Reconstruir o tempo morto
Fazer de conta o fazer de conta
Ah, se pudesse voar
Sentir a vida em plena infância
Daria o corpo ao sabor do vento
E faria da ilusão a certeza
Como saber do sonho fazer a vida.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 3 de agosto de 2010
Jogar fora os meus erros de ontem...
Nem sei se teria tempo de viver
Pensando em corrigir minha vida
Mutilar o que fiz...
Destruir o que passei...
Romper com o que foi meu...
Ah se pudesse voar...
Reconstruir o presente do ontem
Daria as mãos ao meu pai
E faria da vida a esperança
Deixada de ser dada à sua vida.
Ah se pudesse voar...
Corrigir os acertos dos antanhos
Não teria tempo de viver o hoje
Estaria morto por corrigir o mundo.
Revisar o que fiz
Reconstruir o tempo morto
Fazer de conta o fazer de conta
Ah, se pudesse voar
Sentir a vida em plena infância
Daria o corpo ao sabor do vento
E faria da ilusão a certeza
Como saber do sonho fazer a vida.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 3 de agosto de 2010
NOVO RECADO
Amigo:
A estrada da vida hoje não tem segredos.
Já passamos por todos aclives e declives.
Por que não agora desfrutar as idas e as vindas?
Não precisamos ter mais esperanças no futuro.
Ainda podemos viver o presente sentindo o passado.
Amigo:
Estamos vivos e isso nos deve bastar.
Podemos amar e fazer amor.
Ser e estar.
Amigo:
A morte não tem estrada para nós como a vida.
Ela não possui declives e aclives para os versos.
As idas e vindas e os percalços foram parte do tempo.
O futuro que tínhamos deixou de ser.
O presente está mais vivo que nós mesmos.
Amigo:
O que nos basta é sentir o nosso sangue
Escorrendo tão simplório como somos:
Sendo e estando.
Amigo:
Vivamos o que nos resta viver!
Ainda que não saibamos o quê...
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 3 de agosto de 2010
A estrada da vida hoje não tem segredos.
Já passamos por todos aclives e declives.
Por que não agora desfrutar as idas e as vindas?
Não precisamos ter mais esperanças no futuro.
Ainda podemos viver o presente sentindo o passado.
Amigo:
Estamos vivos e isso nos deve bastar.
Podemos amar e fazer amor.
Ser e estar.
Amigo:
A morte não tem estrada para nós como a vida.
Ela não possui declives e aclives para os versos.
As idas e vindas e os percalços foram parte do tempo.
O futuro que tínhamos deixou de ser.
O presente está mais vivo que nós mesmos.
Amigo:
O que nos basta é sentir o nosso sangue
Escorrendo tão simplório como somos:
Sendo e estando.
Amigo:
Vivamos o que nos resta viver!
Ainda que não saibamos o quê...
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 3 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
SINA DA SOLIDÃO
Vou jogar fora meus poemas. Não mais os quero.
Pretendo agora relegar todos ao esquecimento.
Rasgarei em mil pedaços e jogá-los-ei ao vento.
Disse tanto de mim em palavras e em estrofes.
Cansei de escrever! Moro em imensas catástrofes.
Como pensar versos sem sentir o desespero?
Escrevi versos como quem cantasse a vida
Mais obscura e toda inserida dentro em mim
Escrevi versos como em busca de guarida
A nunca ser planta ou flor de outro jardim
Pois sendo versos meus fosse essa desdita
Magoada pelos nãos e atenuada pelo sim
De quem não sabe o quanto a sina é maldita
De viver na solidão e amargar um triste fim.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010
Pretendo agora relegar todos ao esquecimento.
Rasgarei em mil pedaços e jogá-los-ei ao vento.
Disse tanto de mim em palavras e em estrofes.
Cansei de escrever! Moro em imensas catástrofes.
Como pensar versos sem sentir o desespero?
Escrevi versos como quem cantasse a vida
Mais obscura e toda inserida dentro em mim
Escrevi versos como em busca de guarida
A nunca ser planta ou flor de outro jardim
Pois sendo versos meus fosse essa desdita
Magoada pelos nãos e atenuada pelo sim
De quem não sabe o quanto a sina é maldita
De viver na solidão e amargar um triste fim.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010
TORPEDO
Meus desejos têm milhões de atalhos
A levar sonhos a rincões escondidos
De corpo a corpo em meio aos retalhos
Dos prazeres mais loucos acendidos.
E mesmo hoje de cabelos já grisalhos
Anseio a boca e o sexo consentidos
Jamais pensar os meus atos sejam falhos
Estou aceso nos meus poros e sentidos
Quero-te ao extremo de fugir de mim!
Quero-te ao supremo de morrer assim:
Sangrando as mãos ao espinho da tua flor!
Quero-te fêmea enrodilhada em meus braços!
Quero-te louca a pedir os estilhaços
Do torpedo explodido deste meu amor.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010
A levar sonhos a rincões escondidos
De corpo a corpo em meio aos retalhos
Dos prazeres mais loucos acendidos.
E mesmo hoje de cabelos já grisalhos
Anseio a boca e o sexo consentidos
Jamais pensar os meus atos sejam falhos
Estou aceso nos meus poros e sentidos
Quero-te ao extremo de fugir de mim!
Quero-te ao supremo de morrer assim:
Sangrando as mãos ao espinho da tua flor!
Quero-te fêmea enrodilhada em meus braços!
Quero-te louca a pedir os estilhaços
Do torpedo explodido deste meu amor.
© Copyright by Rafael Rocha Neto, Recife, 1 de agosto de 2010
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