terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ACHAMENTO

Achar em mim a cor da pedra (o corpo).
Um crime de viver vizinho à morte.
Navegador sem barco ou salva-vidas
Pelo caminho da alma escrava do fim.

Achar em mim o som da fala (o sonho).
Um modo de recriar sempre a vida.
Menino crescendo homem mergulhador
Nos ecos do passado criados em mim.

Achar-me como sou: ave do engano.
Uma conformidade do além ao não mais.
Trago presente nos velhos alvoroços
O canto penumbroso onde vou ser jamais.

Achar-me como sou: a luz esquecida.
Visões magníficas do universo criador.
Trago aqui o calor carnal da Afrodite:
Palavra e gesto e nome de amor.


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@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 22 de fevereiro de 2011

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