terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CINZAS

No carnaval dos teus olhos bebi a noite.
E pensando teu corpo adormeci o dia.
Esperma sem útero desviado da tua umidade.
Como teus pensamentos podem me aceitar?

No carnaval sem frevo, sem samba, nada.
No carnaval sem desejos e sem corpos nus.
Num carnaval assim quase sem ser um carnaval
Como a tua máscara conheceu meu estandarte rubro?

Vermelho! O estandarte rubro à luz do dia
Vendo o coito do teu corpo com a noite escura
Dizendo-se prenhe de desejos de mim.

Vermelho! Meu estandarte rubro à luz de teu sorriso
Derramou-se no espaço parado da manhã de cinzas.
Será por isso que não me lembras nunca mais?

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@ Copyright by Rafael Rocha Neto – Recife, 22 de fevereiro de 2011

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