Olha, amada:
Na verdade só queria mesmo fazer
Milhões de perguntas
Nunca parecidas, estranhas sim
Sentindo o delírio
Da descoberta dos motivos.
Mas esta carta (será mesmo?)
Vai voando aos teus portões
Buscando a descoberta
Dos melindres, dos erros
Das coisas diferentes
Que o poeta possa ter feito.
Agora
Limito-me a dizer:
Eu vou indo como sempre
Sério e desconfiado e simples
Tentando saber o que
Faz a demora da resposta.
Tantos dias: Dez? Onze?
Conta perdida
Na minha máquina de cálculo.
Só peço um pequeno toque
Algumas linhas curtas
Uma resposta
Pois se me demoro
Não é por prazer
Quiçá uma imperfeição
Tudo como aquilo
Que torna o tempo longo
E a vida curta
Paralítica
Dentro dos corações.
A carta (será mesmo?)
Só quer perguntar:
O que aconteceu?
Estranho, como creio
(espero ser engano)
Houve uma partida
E não sei em que ninho
Tua ave foi pousar
E mais que tudo
Eu escrevi rápido
Falei coisas minhas
E vivi depressa.
Pena que a resposta
Não tenha vindo
Descobrir a última invenção
Do meu sorriso.
.......................
@Copyright by Rafael Rocha Neto
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