quinta-feira, 6 de outubro de 2011

DOS HOMENS SIMPLÓRIOS

Palavras há perdidas e loucas para ganharem vida
Homens há onde tais vozes vivem e se permitem
Encontrar um porto ou alguma guarida
Onde possam dizer o quanto vivem
Declamando as sílabas das inverdades.

Palavras ainda voam e os homens fazem-se cegos
Ajoelham-se em altares como ensandecidos
Elevam orações às miragens dos seus egos
Não se imaginam homens perdidos
Adorando tantos símbolos e deidades.

Rastejam os corpos buscando algo igual à luz
Esquecem seus contraditórios sentimentos
Nos olhares hipnotizados algo mais traduz
Em seus mais simplórios pensamentos
A ignorância e o mito de um homem na cruz.

Palavras há voando em cores de todos os matizes
E mulheres e homens mergulham nos precipícios
Das mentiras ditas e escritas e feitas cicatrizes
Nos seus equinócios e nos seus solstícios
Onde o medo inflama a busca pelos paraísos.

Rastejam as dores humanas em todas as direções
E a ópera popular supera a realidade dos fatos
Nem vêem morta a bela Inês do poeta Camões.
Nem vêem a ilusão e o acaso vindo desses atos.
E deixam-se assaltar pelos bandidos das religiões.

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