terça-feira, 6 de março de 2012

TODOS OS DIAS SÃO DIAS DAS MULHERES

Neste 8 de março saúdo as mulheres pela passagem do seu dia mais especial: o Dia Internacional da Mulher. Beijos, abraços e paz a todas aquelas que no mundo inteiro desempenham a vida e valorizam a cultura. Parabéns às lutadoras que buscam conquistar seus espaços no mundo. Caríssimas: é um grande privilégio compartilhar da companhia e da amizade de vocês e de saber das suas vitórias e participar dessas vitórias ao vosso lado.

Na realidade, todos os dias são dias de todas as mulheres. Não podemos e nem devemos ficar reféns de apenas uma data. Isso é apologia capitalista para vender presentes e encher os shoppings centers. As mulheres merecem ser lembradas e homenageadas durante todos os 365 dias do ano, durante as 24 horas do dia, a cada minuto e segundo de nossas vidas. Sejam elas as mais humildes mães, as mais ricas empresárias, as trabalhadoras, as donas de casa, mulheres que são companheiras, amantes e amigas de seus homens, tanto que fazem as 24 horas do dia tornarem-se cada vez mais preciosas ao darem objetivo ao sentido da vida.

Sabemos o quanto as mulheres movem o mundo desde priscas eras. Elas possuem uma equilibrada mescla de sensibilidade para alcançar a justiça, inclusive determinação e pragmatismo para atingir as metas que pretendem. Pelo que conhecemos até agora, as mulheres conseguem evitar que o mundo descambe definitivamente para o caos irreversível. Indo mais longe: são elas que estabelecem um ponto de equilíbrio nas relações humanas. É assim na sociedade e na família. São elas que arregaçam as mangas quando a situação exige ação urgente. São elas que estão sempre mais atentas para a necessidade dos outros, em casa ou fora de casa.

Assim, este 8 de março é um dia especial. Vale lembrar: no ano de 1857, em Nova Iorque, ocorreu a primeira greve liderada somente por mulheres. Operárias de uma fábrica de tecidos. Lutavam por melhores condições de trabalho, bons salários, tratamento digno. O resultado desse movimento foi a morte de 129 moças, carbonizadas dentro da fábrica, pela repressão capitalista. Mas o dia ficou marcado para sempre. As mulheres a partir dessa data começaram a lutar por reconhecimento e independência.

Em homenagem a essas 129 moças assassinadas na fábrica, decidiu-se, no ano de 1910, na Suécia, que o dia 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher. A ONU só oficializou no ano de 1975. O objetivo maior desse dia não é somente o de homenagear e comemorar. É um dia especial para que possamos discutir e melhorar o papel humano na sociedade. Encontrar formas de acabar com o preconceito, a violência, o desprestígio e a desvalorização.

Camaradas, também vale assinalar aqui que o marco maior do Dia Internacional da Mulher aconteceu em 1917, ano da revolução bolchevique na Rússia, quando este país saiu oficialmente da Primeira Guerra Mundial destroçado e com pelo menos dois milhões de mortos, para tentar reconstruir-se. Nesse ano, as mulheres novamente optaram por celebrar seu dia e lutar pela paz no último domingo de fevereiro. Assim, as russas iniciaram uma greve geral por "pão e paz". Os líderes políticos do país posicionaram-se contra o movimento, alegando que era um péssimo momento para ele ocorrer. Mas elas seguiram adiante. A vitória do movimento feminista na Rússia ficou marcada na História e passou a ser referência no mundo inteiro. O domingo em questão caiu no dia 23 de fevereiro. Na época, o calendário russo era diferente do ocidental. O Ocidente vivia o 8 de março.

Muito antes de tudo que já citamos, na época da Revolução Francesa, outra mulher lutou pelos direitos femininos e terminou na guilhotina no dia 3 de novembro de 1793.Olympe de Gouges uma francesa feminista, revolucionária, jornalista, escritora e autora de peças de teatro. Foi uma defensora da democracia e dos direitos das mulheres. Na sua Declaração dos direitos das mulheres e da cidadã (em francês: Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne) de setembro de 1791, ela desafiou a conduta injusta da autoridade masculina e da relação homem-mulher que expressou-se na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa.

Lembro aqui que nos tempos de hoje as mulheres são as lutadoras mais dinâmicas de nossa sociedade. No Brasil temos uma presidente. Um fato inédito em nossa história. Na Argentina, idem. E muitas outras mulheres, desde as revolucionárias operárias nova-iorquinas, seguindo ainda o rumo das soviéticas, continuam a lutar por melhores condições de vida. Assim, nada mais justo que prestar homenagem a elas, seres humanos e parte intensa do nosso cotidiano. E vale a pena perguntar: o que seria de nós, homens, sem as mulheres?

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